O Melhor Amigo do Meu Irmão- Capítulo 19. All Too Well

Dia seguinte/ Cerca de 10 horas da manhã.

Os dois dormiam cansados da noite de ontem. Nina ressonava baixinho, satisfeita depois do amor que tinham compartilhado. A sala tinha virado uma bagunça de almofadas e objetos fora do lugar, o quarto que era onde estavam também permanecia do mesmo jeito. Não havia outro lugar onde Ian queria estar naquele momento. Já fazia um tempo que ele não tinha paz de espírito e boas noites de sono. Ele tinha aproveitado que os pais e o irmão viajaram para acertar as coisas, só não imaginava que seria desse jeito: ainda melhor. Nina com os olhos fechados, dormia com aquele sorriso de leve nos lábios, Ian cochilava com a barriga pra cima. Ela sonhava, ou até estava tendo um pesadelo.






Estava em uma estação de trem, não tinha ninguém além de mim. Tudo estava tão quieto, sem nenhum barulho. Procurei alguma saída e achei uma escada, comecei a subir os degraus vagarosamente, mas depois de um tempo, era como se não tivesse saída, degrau por degrau e não havia alguma só saída. Quando me virei para trás, parecia que ainda estava no primeiro degrau e eu não tinha andado nada, olhei para meus pés e estava no início da escada. Caminhei até a máquina de refrigerante e procurei alguma moeda no bolso da minha calça, não achei nada. Dei um chute raivoso na máquina e uma coca-cola caiu.

— Ótimo. — Pensei em voz alta.

Peguei a coca e abri, quando fui tomar o primeiro gole, a coca estava com um gosto diferente, que cheguei a cuspir no chão, o líquido se dissolveu no concreto de um jeito esquisito e sumiu, era tudo tão estranho. Jorrei um pouco do líquido da latinha na minha mão e gritei ao ver o que saiu de lá. Sangue, um líquido viscoso e quente, junto com várias formiguinhas. Lembrei do que minha mãe falava para mim: "Formiga faz bem para a vista". Eu com 5 anos ainda boba, caia nisso. De repente o sangue se tornou negro e desapareceu da minha mão, joguei a latinha no chão e dei uma checada no local pelos olhos. Me aproximei dos trilhos, fiquei na beira do chão alto que se dividia da via, fiquei ali por um tempo. Quando me virei, tomei um susto ao ver um homem me encarando, nunca o vi na vida. De repente, as mãos dele se estenderam para mim como que se preparando para um empurrão, fui tentar afasta-lo de mim, mas eu estava imóvel e não podia me mover, meu corpo estava dormente. Então ele me empurrou com brutalidade e eu senti minhas costas se chocando com os trilhos de ferro. Enfim, o homem desapareceu com o lugar, agora era só eu e os trilhos, tudo tão pequeno e escuro. Mas pude ver uma luz vindo do final, AI MEU DEUS! Tentava me levantar mas não conseguia, minha blusa também estava presa aos trilhos, senti que podia me mover agora. Tentei puxar minha roupa presa entre os ferros e quando consegui, só vi uma grande luz branca se aproximando de mim, se tornando maior rapidamente, tomando conta do lugar e...

Nina acordou atormentada, se sacudia lutando com os lençóis que a cobria; Até que abriu os olhos e se viu em um local seguro, longe do pesadelo. Ian acordou no mesmo instante e se sustentou com os cotovelos apoiados na cama, ele botou uma de suas mãos no ombro de Nina tentando a estabilizar.

— O que foi? — Ele perguntou com a voz cansada por causa do sono interrompido. Nina não respondeu, ainda estava pensando a respeito do sonho, ou até pesadelo no caso. — São 7 horas da manhã, tem como ser mais tarde? — Disse ele com a voz exaustiva, olhando para o celular. Logo o deixou na mesinha do lado e se jogou novamente na cama, fechando os olhos, tentando voltar a dormir.

Nina estava com os cotovelos encostados nos joelhos levantados, ela nem se concentrou nas palavras de Ian, muito menos as ouviu. Ainda estava lembrando da sensação de adrenalina, de medo e logo depois, pá. Tudo se foi.

— Eu tive um pesadelo estranho. — Ian soltou um gemido, como um "hum" de o.k. — Mas foi uma sensação perturbadora, foi como se eu estivesse lá. 

— E o que aconteceu nesse pesadelo? — Ele perguntou ainda de olhos fechados com a cabeça encostada no travesseiro. Nina o contou da forma mais resumidamente possível, as vezes tinha dúvida se ele estava ouvindo, até porque estava parecendo que estava dormindo, mas ele falava "hum" novamente algum tempo depois.

— Foi apenas um sonho, Nina. — Ele disse após ouvir a explicação. Ela percebeu que ele não estava a vontade de ouvir e também que estava perturbando seu sono. Ela botou as duas mãos nas orelhas e a foi levando para trás, até parar em seu cabelo. Logo deitou virada para ele que estava dormindo com a barriga de fora para cima. Ela o fitou por um tempo, mas ele logo se incomodou com o clima e virou para ela, inquieto

— O.k. — Ele disse enquanto se ajeitava. — O que há de errado?

— Nada, deixa pra lá. Foi só um sonho angustiante. — Seu sorriso vacilou. — Acho que vou voltar a dormir. — Nina disse virando-se para o outro lado, olhando para a parede a alguns metros dela. Ela sentiu Ian colar seu corpo junto ao dela e sorriu automaticamente. Os dois voltaram a dormir.

...

Nina acordou bem desta vez, nada de pesadelos perturbadores, apenas os braços de Ian a envolvendo enquanto dormia. Ela deu um sorrisinho ao se lembrar de ontem, a casa virou uma baderna por causa dos dois. Acho que agora toda vez que chovesse, ela iria se lembrar de Ian parando ao seu lado dentro de seu carro preto sofisticado e a chamando para entrar, foi uma cena de filme. Nina pensou.

— Espero que a casa não esteja tão bagunçada quanto eu acho que está. — Ela disse sorrindo e se virando para o outro lado, mas quando virou viu a cama vazia, apenas o lençol bagunçado. Ela se levantou de roupas íntimas e vestiu uma camisa preta de botões de Ian.

Nina andou a casa toda e não o achou. Voltou para a cama e ficou sentada na beirada da cama, esperando. Passou o tempo e nada dele. Eu vou embora. Nina disse a si mesma. Ela pegou o vestido e os sapatos que já haviam secado e os deixou em cima da cama. Foi desabotoando os botões da camisa, no último botão, se virou, olhando a janela que estava coberta pelas cortinas. Desabotoou a última bolinha branca e tirou a camisa delicadamente, a abaixando pelos braços e acabando na mão, quando jogou a camisa no canto do quarto, escutou uma voz soar a uma distância atrás dela.

— Isso tudo é pra mim? — Ian disse com uma voz safada, Nina se virou e um sorriso malicioso se formou na boca dele.

Ela notou que ele estava com um saco médio do Starbucks em sua mão, ele o deixou na cômoda ao lado e andou até Nina, quando chegou até ela, a puxou pela cintura e a beijou. As mãos de Nina tocavam delicadamente seu pescoço. Quando as faces se separaram, Nina sorriu; Em seu sorriso era possível notar a felicidade imensa da menina.

                                                     

— Espero que isso não tenha sido uma aposta também. — Nina disse sarcasticamente e riu.
— Como você adivinhou? A aposta valia uma noite com a Angelina Jolie, não pude recusar. — Ele sorriu maliciosamente.
— Rá, muito engraçado. — Nina disse com os braços envolvidos no pescoço de Ian, ele com a mão em sua cintura, a pressionou para mais perto dele e disse:
— Trouxe o café da manhã. Não sei se você gosta de starbucks, mas... — Ele disse a soltando e indo pegar o pacotinho com o lanche. Nina o interrompeu enquanto ele falava.
— Eu gosto. — Nina sorriu gentilmente enquanto pegava a camisa e a vestia, tentando abotoar os botões.
— Pode deixar sem a camisa, é melhor. — Ele disse encostado na porta com um olhar safado e um sorriso no canto do rosto.
— Você escondia muito bem esse seu lado safado, dando uma de amigo fofo. — Nina disse desabotoando o primeiro botão e tirando a camisa.
— Pois é. — Ian disse a olhando de cima a baixo.

Nina andou até ele e deu um beijo rápido, depois percorreu a cozinha e sabia que ele estava a olhando e para onde também, ela fez isso só para provocar. Logo ele a seguiu, os dois foram para a cozinha e comeram o lanche do starbucks. Uns minutos depois, os dois estavam sentados no sofá, um ao lado do outro, Ian com o braço envolta de Nina, os dois assistiam televisão com a luz apagada. Até que Nina se remexeu e encarou Ian, pronta para dizer algo.

— Agora que eu percebi. — Nina disse com os olhos arregalados. — Eu não avisei a meus pais que eu dormi na sua casa. No caso eu iria falar que dormi na Megan, mas.. — Ian a interrompeu.
— Eu avisei. — Ian disse despreocupado.
— Você tá maluco?! — Nina quase saltou do sofá.
— O quê? — Ian disse não se ligando do problema.
— Minha mãe vai me matar, o que você tá pensando?!! — Nina disse gritando. — Falando que eu dormi na... — Ian a interrompeu novamente.
— Na casa da Megan. — Ian disse quase que rindo da cara dela. Nina parou por um momento e logo socou o tórax dele.
— Idiota. — Nina disse encostando as costas no sofá, cruzando os braços e o rosto emburrado.
— Foi simples assim: Quando acabamos de bagunçar a casa toda, eu peguei seu celular e mandei uma mensagem para sua mãe, dizendo que você iria dormir na casa da Megan porque a festa acabou muito tarde e pedindo desculpas. Ela respondeu com "O.k., se voltar para casa com bafo de cerveja, tequila e essas bebidas de hoje que teve na festa, eu juro por Deus que você fica um mês de castigo! Beijos filha, te amo." — Ele disse imitando a mãe de Nina, a menina ria enquanto ele falava.
— É, mas eu tenho que ir embora, já estou aqui a muito tempo. — Nina disse se levantando, mas sentiu Ian a puxar e caiu em seu colo.
— Mas você está na casa da Megan. Porque ir embora tão cedo da casa da sua amiga que sua mãe tanto confia? — Ele sorriu brincando.
— Porque eu tenho vida fora daqui. — Nina disse categoricamente com o braço envolta do pescoço de Ian.
— É nessa hora que você devia dizer que eu sou sua vida. — Ian deu um sorriso irônico.
— O.k., agora é sério. Eu tenho que ir Ian. — Nina disse séria desta vez.
— Mais 5 minutos?
— Não. — Nina disse rindo.
— O.k., entendi. — Ian disse se rendendo. Nina se levantou e caminhou até o quarto. Se vestiu e pediu para Ian fechar o zíper do vestido atrás das costas. Ele assentiu e foram até a porta, Nina se encostou na parede ao lado da saída e sorriu.
— E esse sorriso bobo? — Ele perguntou com uma mão apoiada na parede ao lado de Nina.
— Só estou feliz. Será que posso? — Nina disse brincando enquanto balançava a cabeça de leve enquanto falava.
— É uma ordem. — Ele sorriu com as bochechas coradas e voltou até a boca de Nina, a beijando com paixão, ele pode sentir Nina sorrindo no final do beijo. Eles separaram o rosto e Nina deixou o local, descendo as escadas e indo para casa a pé, não era tão longe, mas nem tão perto.

...

— Mãe? Pai? — Nina disse trancando a porta enquanto entrava. A casa parecia vazia, mas ela logo escutou passos vindo do andar de cima e descendo escada a baixo.
— Filha! — Michaela disse abraçando Nina, quase a sufocando.
— Hey! — Nina disse abafadamente por causa dos cabelos de sua mãe afagando seu rosto. O abraço se afrouxou.
— Como foi a festa? Nada de bebida alcoólica não é? — A mãe disse meio que animada, mas na última frase mudou o tom.
— Foi legal. Só toddynho mãe. — Nina disse ironicamente.
— Muito engraçada.
— É o que dizem. — Nina sorriu brincando.
— Seu pai e seu irmão saíram, então a casa é nossa, o que vamos fazer? — A mãe perguntou animada.
— Dormir. — Nina disse sorrindo e com as mãos fazendo sinal positivo.
— Posso te fazer uma pergunta? — Nina enrijeceu, mas assentiu logo após. — Hoje eu liguei para a casa da Megan e ela atendeu, eu perguntei sobre você e ela disse que não falava com você a dois dias. Nina, onde você esteve? — A mãe disse séria e com os braços cruzados.

TO BE CONTINUED...

Ok, ficou uma merda o final, mas é que eu tava meio que sem ideia porque minhas ideias estão centradas no capítulo seguinte.